Ver e viver arquitetura

Viagem a São paulo

Novembro 2009

SESC - Pompéia







A fábrica de tambor dos Irmãos Mauser seria o cenário da nova instalação do SESC. Convidada pelos então diretores, Renato Requixa e Gláucia Amaral, para construir o espaço, Lina Bo Bardi instala-se no campo (de obra), no canteiro (de pesquisa), para explorar o local e desenvolver seu projeto.
Conta à história que o espaço já era amplamente utilizado pela população da região, Lina usa sua sensibilidade para criar o que é de uma genialidade sutil, desenvolve o projeto e o programa juntamente com aquela população, experimentando o espaço, bem como a própria arquitetura.
Dessa história fantástica não poderia sair menos que uma obra incrível, sendo cada detalhe estranhamente pensado seja vinda de um erro de execução ou na observação do usuário.
Vemos um contraste, que não causa estranheza ao olhar, mas que completa a obra. De um lado a restauração dos galpões da antiga indústria, onde a preservação do espaço é a premissa de ocupação. É clara sua intervenção para garantir uma melhor iluminação e ventilação, o concreto, que delimita e não o uso do espaço, não interfere na arquitetura pré-existente. Da mesma forma entre os galpões e a torre de quadras e serviços.
Sua obra e tão incrivelmente desenvolvida que mesmos as intervenções posteriores, nascidas das exigências legais e dos tempos modernos é feita com gentileza ao projeto, como o piso especial para melhorar a acessibilidade, ou o reforço na estrutura dos galpões.
Assim essa unidade do SESC se torna o sucesso que é hoje atraindo olhares do mundo todo.
É assim a maneira mais justa de analisar essa obra tão fantástica, admirar, olhar e se deslumbrar a cada detalhe; com um olhar maior que o estético ou estrutural julgamento arquitetônico, mas um maior; pois nela a vivência do local (exposições, teatros e apresentações) se funde com o espaço em si, não dando ao olhar o direito de dissociá-la.















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